sábado, 30 de abril de 2011

Cuidado com os seus Pensamentos


                                                 
No caminho da recuperação, os maiores inimigos do adicto não são as pessoas, os ambientes e as situações de risco, são os pensamentos negativos e as interpretações que damos aos eventos que surgem em nossa jornada, em busca de sobriedade. 

TUDO O QUE SOMOS É RESULTADO DO QUE PENSAMOS.

                SE FALARMOS OU AGIRMOS COM UMA MENTE PURA,
                ENTÃO A FELICIDADE SEGUIR-NOS-Á COMO A SOMBRA
                QUE NUNCA NOS ABANDONA

               SE FALARMOS OU AGIRMOS COM UMA MENTE IMPURA,
               ENTÃO O SOFRIMENTO SEGUIR-NOS-Á DA MESMA MANEIRA
               QUE A RODA SEGUE O BOI QUE PUXA A CARROÇA.
                                                               
Ensinamentos Budistas.
  

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Adolescência e Drogas: Uma combinação Fatal


Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra que 65% dos dependentes de cigarro começaram a fumar antes dos 15 anos. Desses, 3% deram a primeira tragada antes dos 10 anos. Já uma recente pesquisa realizada no Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) revelou que 37% dos jovens em tratamento por uso demasiado de álcool começaram a beber entre os 11 e 13 anos.

Esta não é a realidade apenas da maior capital brasileira, mas de muitas cidades que estão em situação de alerta quando o assunto são as drogas.
Em 2004 a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas fez um levantamento nas 27 capitais do país sobre o consumo de drogas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino. Em Curitiba, foram entrevistados 1.823 estudantes e os resultados são alarmantes quando se vê que 47,8% dos entrevistados entre 10 e 12 anos já consumiram álcool pelo menos uma vez na vida. Entre os adolescentes de 13 e 15 anos, 29,5% já fumaram cigarro, 5,2% já fumaram maconha e 16,1% fizeram uso de solventes.
Mas o que fazer para diminuir estes índices, evitar ou pelo menos retardar ao máximo o contato dos adolescentes com o mundo das drogas, sejam elas lícitas (como o cigarro e o álcool) ou ilícitas (maconha, cocaína, crack, dentre outras)?
Segundo José Plínio de Amaral Almeida, técnico em dependência química, assistente social e terapeuta familiar, o uso de álcool, assim como o cigarro são na adolescência portas de entrada para outras drogas. Os jovens são movidos pela curiosidade e geralmente não ficam em uma droga só.
Para Almeida, o grande problema está na nossa cultura permissiva. “É muito comum que as crianças cresçam vendo os pais em casa bebendo, e isso se torna tão “normal” que todos os envolvidos esquecem das consequências. Os pais precisam entender que o álcool é uma droga e que mesmo sendo lícita é deteriorante.”
De acordo com a psicóloga Maria Cristina Venâncio, coordenadora do Cape/Denarc (Centro Antitóxicos de Prevenção e Educação - Divisão Estadual de Narcóticos), “os pais são os principais responsáveis pela complexa tarefa de educar seus filhos, devendo privilegiar um diálogo franco, acompanhar o desenvolvimento escolar, orientar os filhos sobre os malefícios causados pelas drogas de forma direta e aberta, sem tabus.”
Segundo a coordenadora, ao suspeitar que o filho esteja envolvido com algum tipo de droga não adianta dramatizar a situação ou fazer de conta que nada está acontecendo. “Quanto mais rápida e assertiva for sua ação, maiores serão as chances de obter êxito frente à questão. Procure ajuda especializada: médicos psiquiatras e psicólogos, que poderão orientá-lo de como proceder diante da situação, considerando as especificidades de seu caso, afinal não existe uma ‘receita mágica’”, completa.

Projeto de lei proíbe fumar em lugares fechados

A partir de 2008, quem quiser seguir ao pé da letra os versos da canção É proibido fumar, composta por Roberto e Erasmo Carlos, pode ficar em situação delicada. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou recentemente que vai enviar ao Congresso Nacional, no início deste ano, um projeto de lei que prevê a proibição do cigarro em todos os ambientes fechados. A legislação federal em vigor apenas define a separação em áreas de fumantes e não fumantes em locais fechados. A intenção do ministro é reduzir o número de casos de doenças relacionadas ao tabagismo.

Antes dessa idéia do projeto de lei, já existia um movimento pela alteração da Lei n.º 9.294/1996, que descreve a proibição do “uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente para este fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”. Um dos organizadores do movimento é o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os fumantes podem reclamar, mas a possibilidade de proibir totalmente o fumo em ambientes fechados foi comemorada por especialistas. “Eu concordo plenamente com isso. O cigarro é uma questão de saúde pública. Mesmo que alguém fume na área reservada para fumantes, em um lugar fechado as outras pessoas vão inalar de qualquer jeito. A proibição é um avanço muito grande”, comenta José Plínio do Amaral Almeida, especialista em dependência química da Clínica Nova Esperança, de Curitiba.
A medida serviria para atacar o tabagismo em diversas frentes. Seriam beneficiados os fumantes passivos, pessoas que não fumam e que convivem com fumantes. Por causa da exposição, muitos fumantes passivos também desenvolvem doenças relacionadas ao tabagismo. Nesse sentido, Iludia Rosalinski, responsável pela divisão de risco cardiovascular da Secretaria de Estado da Saúde, lembra da situação de garçons e atendentes de bares, que inalam fumaça de cigarros durante todo o expediente de trabalho. Iludia ainda ressalta que existem provas científicas de que a proibição do tabaco em ambientes fechados, especialmente no trabalho, reduz significativamente o consumo de cigarros. A conseqüência disso é a diminuição do número de casos de doenças. “Grande parte dessa revolução se deve aos não fumantes. É cada vez mais comum as pessoas se incomodarem com a fumaça”, declara Iludia.
Para Almeida, esse tipo de medida fará com que o fumante repense sobre o assunto. A dependência do tabaco e de outras substâncias contidas nos cigarros é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Mas o fumante pode passar a se questionar, pois “fumar passará a ser constrangedor”. No caso do tratamento, Almeida explica que a força de vontade não basta. 97% das pessoas que deixam de fumar só conseguem isso com ajuda profissional. 
Para Abrasel, a medida é discriminatória
Os especialistas argumentam que a medida não proíbe ninguém de fumar, apenas restringe o uso do tabaco em locais fechados. No entanto, fumantes e estabelecimentos que atendem esse público afirmam que a proibição caracterizaria discriminação.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), regional Paraná, Luciano Bartolomeu, acredita que o governo federal precisa de muita cautela para tomar essa decisão. “Estão esquecendo de uma grande população de fumantes. Não vão existir locais adequados para os fumantes. Recebemos todos os tipos de clientes. Os estabelecimentos que investem em áreas de fumantes e não fumantes vão ser prejudicados. Os fumantes vão deixar de freqüentar estes locais. Isso é um ato discriminatório”, comenta. Além disso, Bartolomeu afirma que não existem recursos nem linhas de crédito para o setor, o que vai dificultar uma possível adaptação de restaurantes e bares. (JC)

DROGA NA VIDA DEPOIS DOS 60

Em geral, o abuso de drogas é relacionado à juventude. Não faltam pesquisas que mostrem o avanço do consumo de substâncias lícitas ou ilícitas dragando usuários cada vez mais novos. Mas, quando a dependência química é relatada na terceira idade, o cenário também se mostra desolador.

A dependência, associada a outras doenças degenerativas, é extremamente debilitante para os mais velhos. Isso quando o paciente consegue romper a faixa dos 60 anos.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, o álcool – a droga lícita mais consumida em todo o planeta – é responsável por 3,2% de todas as mortes registradas anualmente. O efeito devastador sobre a saúde do sujeito consome 4% dos anos de vida útil.

Na América Latina, esse desgaste chega a 16%. A projeção do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) mostra que o brasileiro pode viver até 72 anos, em média. Não será o caso de quem abusa do álcool desde os 18 anos. Ele corre o risco de não chegar lá: a doença baixa a expectativa de vida para 60 anos.

Fim da linha ou recomeço?

O Hospital San Julian, em Piraquara, tem 350 pacientes internados. Vinte e dois deles têm mais de 60 anos. E o clima frio contribui para o aumento da procura dos pacientes mais velhos. "Eles dizem que a pinga ajuda a esquentar", explica a enfermeira Viviane Cristina Teixeira de Menezes. "Quadros depressivos também são comuns em pacientes idosos que apelam para a bebida", observa o psiquiatra João Carlos Scalzo, diretor clínico e técnico do hospital. O San Julian é a última fase do tratamento disponível no SUS. Quando o atendimento ambulatorial e de hospital-dia não deu conta da dependência do paciente, ele é encaminhado para atenção intensiva.

Efeitos

No organismo do idoso, o efeito do álcool é mais rápido. Há co-morbidades que complicam o tratamento e exigem da equipe de atendimento manejo diferenciado nas diversas etapas, como a abstinência e o uso da medicação adequada.

Déficits cognitivos

Memória afetada, dificuldade de concentração e de atenção, demências, transtornos de humor.

Reações patológicas

Cardiopatias alcoólicas, hipertensão e neuropatia, como dificuldades motoras, de equilíbrio e deslocamento. A dependência química na terceira idade ocorre, na grande maioria, por causa da bebida. É nesta faixa etária que o diagnóstico de alcoolismo está consolidado.

Muitas vezes o paciente adquiriu o vício ainda jovem ou na idade adulta, e o tempo só acentuou o comportamento nocivo. Ainda que seja a camada da população com maior índice de abstenção – de acordo com o I Levantamento Nacional sobre o Padrão de Consumo de Álcool na População Brasileira, divulgado pela Secretaria Nacional Antidrogas, divulgado em 2007 – o tratamento do dependente químico idoso requer manejo diferenciado e abordagem específica.

A Clínica Nova Esperança, em Curitiba, tem uma média de 9% dos pacientes internados acima de 55 anos. Assim como o doente adulto jovem, o idoso precisa ser avaliado de forma integral, considerando algumas particularidades. "É preciso observar a dimensão social desse paciente. Qual a rede de apoio familiar que ele dispõe para sua recuperação, sua condição de saúde em geral, patologias associadas e o que já é conseqüência do vício", explica o assistente social José Plínio do Amaral Almeida.

Além da abordagem cuidadosa, a administração da medicação precisa ser rigorosamente controlada. Isso porque além de interferir no controle das demais doenças existentes – cardiopatias e hipertensão, por exemplo –, corre-se o risco de contribuir para outros quadros de dependência química, ligada aos medicamentos. Ainda que o álcool seja o vilão número um do abuso de drogas na terceira idade, há casos de dependência de medicamentos, principalmente ansiolíticos.

Pílula azul

O farmacêutico Rubens Bendlin, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), chama atenção para outro tipo de medicamento que vicia e tem no idoso um consumidor de risco. Usados sem indicação médica e adquiridos no mercado negro – o que nem sempre garante sua procedência e qualidade –, os remédios para impotência sexual são um elemento novo na cartela de substâncias que provocam dependência nos mais velhos. "Já há casos de relatos de violência sexual dos homens idosos contra mulheres, netos e familiares, por causa do uso indiscriminado desses medicamentos", aponta. Outro reflexo desse comportamento é o crescimento da aids entre os mais velhos, homens e mulheres.

Não há política específica de atendimento ao dependente idoso na rede pública de saúde. A atenção à faixa etária acima dos 60 anos segue o padrão preconizado para o paciente adulto, adotado pelo Ministério da Saúde, que é de desospitalização. No Paraná esse atendimento é feito em ações terapêuticas, preventivas, educativas e reabilitadoras. A atenção básica é feita nos Centros de Atendimento Psicossocial, os Caps, distribuídos em todo o estado e em diferentes níveis de complexidade, de acordo com a abrangência territorial.

Curitiba tem 13 Caps: cinco unidades para atendimento de adultos e uma para crianças e adolescentes, especializados em dependência química. Os demais também fazem o atendimento de saúde mental, como transtornos psiquiátricos.
Autor: Gazeta do Povo - PR
OBID Fonte: Gazeta do Povo - PR