sexta-feira, 27 de maio de 2011


NOTÍCIAS DA ABEAD

27/05/2011
Secretaria da Saúde faz alerta contra óxi em São Paulo
Profissionais irão distribuir panfletos sobre o assunto e orientar a população sobre os riscos da nova droga, das 9h às 15h

O óxi é feito com pasta-base de cocaína, mais substâncias como querosene e cal. A droga também é mais nociva e mais barata que o crack --em São Paulo, a pedra é vendida por R$ 2, cinco vezes mais barato.

Segundo a secretaria, um primeiro levantamento com 92 pacientes em tratamento de dependência química apontou que 12% já relataram ter tido contato com a droga. A maioria dos entrevistados, no entanto, nunca ouviu falar da substância --e podem tê-la usado sem saber.

Ainda de acordo com a secretaria, quando o usuário já está sob o efeito de drogas traficantes aproveitam para vender óxi como se fosse crack.

No levantamento feito com os usuários, nenhum manifestou interesse pela droga e 22% a classificaram como "devastadora" e pior do que o crack.

Fonte: Folha Online




Artigo Científico

  • Estresse Digital


  • O tecnoestresse é o estresse gerado pela evolução digital geralmente acarretado pela dependência do sujeito aos recursos tecnológicos, tais como celular, Internet – usados de maneira não equilibrada – e pela não compreensão do seu correto funcionamento e quando ocorre a falha dos mesmos.
    Em termos fisiológicos, o tecnoestresse funciona como o estresse comum desencadeando uma série de reações físico-químicas quando o indivíduo se vê privado do uso da tecnologia digital.
    Os sintomas típicos são dores de cabeça, ansiedade, angústia, dores musculares, irritabilidade, dificuldade de concentração, problemas de memória, agressividade e distúrbios de sono e alimentares; além da associação do estresse com aumento no consumo de álcool e drogas e da apresentação de comportamentos exagerados como checar a caixa do e-mail seguidamente e comprar vários equipamentos sem necessidade.
    O artigo publicado pela revista Viva Saúde, em 2007, objetivou divulgar o assunto, esclarecê-lo e identificar as causas e os sintomas mais freqüentes do tecnoestresse - que já vem sendo chamado de “mal do século 21”.
    A manifestação da doença é gradual sendo dividida em três estágios. Na fase inicial, o indivíduo consegue tolerar a frustração diante das limitações tecnológicas e sente-se até estimulado a superá-las. Em um estágio intermediário, as crises de raiva tornam-se mais exacerbadas e freqüentes e são desencadeadas diante da impossibilidade do uso da tecnologia. É a fase onde começam a surgir os primeiros sintomas físicos como dores de cabeça e tensão muscular. A última fase ou estágio crônico,mostra que além dos sintomas físicos, o convívio social, as relações afetivas, o estudo e o trabalho também são negligenciados.
    Em pesquisa realizada no Brasil pela associação Internacional de Gerenciamento do Estresse – Isma-BR, pela Psicóloga Ana Maria Rossi, constatou-se que em uma população de estudo composta por 1200 homens e mulheres com idades entre 25 e 55 anos, o índice de tecnoestressados foi de 60%. Sendo que 86% dos entrevistados relataram sentir dores musculares de cabeça, 83% ansiedade, 67% dificuldade de concentração, 41% sentiram-se mais agressivos e 53% aumentaram o consumo de álcool e outras drogas.
    O artigo considera que maior apoio emocional, redução do isolamento, evitar o excesso de trabalho e delimitar horários para as atividades de trabalho - e de lazer - são alternativas eficazes para se lidar melhor com o tecnoestresse, além de procurar ajuda profissional. E conclui sugerindo algumas técnicas para reduzir a dependência, tais como:
    • Reconhecer o problema. Tentar perceber quais os comportamentos eliciados por não se conseguir falar ao celular ou usar um equipamento.
    • Estabelecer limites. Restringir o uso da tecnologia como desligar o celular durante as refeições e na hora de dormir, informar o número apenas para familiares e amigos, não responder imediatamente aos e-mails e checá-los apenas uma vez.
    • Gerenciar o tempo on-line. Substituir as horas extras na internet por um passeio ou atividade física.
    • Avaliar quais são as reais necessidades antes de comprar novos equipamentos.

    • Desviar a atenção ou fazer outra coisa para tentar relaxar quando o computador apresentar problemas, a internet estiver fora do ar ou o celular não funcionar.

    Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela revista Viva saúde, São Paulo, edição 38, 2007.


  • Fonte: OBID



  • Artigo Científico

  • Causas de morte entre usuários de crack


  • Nos últimos 30 anos, os padrões de consumo de drogas se modificaram devido à disseminação do uso de heroína, do advento das drogas sintéticas e do uso de crack. A composição dos perfis de mortalidade relacionados ao uso de substâncias de abuso foram alteradas por essas mudanças, principalmente no que diz respeito ao crack.

    O crack é um derivado da cocaína, em forma de pedra, cuja principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela sua queima. Seu uso vem crescendo em conseqüência do seu baixo custo e dos efeitos intensos - que duram, em média, cinco minutos - que a droga proporciona quase que instantaneamente após o uso. Em razão do perfil dos usuários, geralmente jovens e adultos jovens, os efeitos causados por ele, como comportamento violento e irritabilidade e a violência do tráfico, transformaram o crack em uma preocupante questão de saúde pública. Entre as principais causas de morte dos usuários dessa droga estão: overdose, suicídio, acidente, AIDS e homicídio.

    Artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, em setembro de 2006, teve com o propósito de observar os padrões de mortalidade e a causa mortis entre 131 usuários de crack acompanhados durante um período de cinco anos.

    A população de estudo foi constituída por 131 pacientes internados na unidade de desintoxicação do Hospital Geral de Taipas, na região nordeste de São Paulo. A maior parte da amostra foi composta por homens com idade inferior a 30 anos. A pesquisa ocorreu em duas etapas com um intervalo de quase dois anos entre a triagem e a coleta de dados. Na primeira, os pacientes foram triados entre 26 de maio de 1992 e 31 de dezembro de 1994. A coleta de dados – que ocorreu em duas fases em um período de cinco anos ,, de 1995 à 1996 e de 1998 à 1999 – deu-se por meio de entrevistas estruturadas com os usuários e seus familiares e pela análise dos prontuários dos pacientes.

    Os resultados mostraram que a maior incidência de mortalidade entre os usuários de crack recaiu sobre as causas externas. Após cinco anos, 124 pacientes foram localizados, destes 17,6% haviam morrido, 13 por homicídios e quase um terço devido à infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), especialmente aqueles com antecedentes pessoais de uso de drogas injetáveis. Menos de 10% dos pacientes morreu de overdose.

    Os pesquisadores concluíram que homicídios e AIDS são as causas de mortes mais freqüentes entre os usuários de crack. A determinação das relações causais entre morte e o uso da droga são extremamente importantes no desvelamento de intervenções efetivas; afirmam que tais interferências não devem ser centradas somente no indivíduo, mas também na comunidade, sendo organizadas e coordenadas dentro da mesma e com o respaldo de políticas públicas visando à promoção da saúde e a inclusão social.
    Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 28(3): 196-202, set, 2006. Editada pela Associação Brasileira de Psiquiatria.


  • Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria - RJ



    • Notícia
    • Ações educativas marcarão dia mundial de combate ao fumo (24/05/2011)
    • No dia 31 de maio, data em que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Fumo, serão realizadas ações educativas pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) de Mato Grosso na praça da República, centro de Cuiabá. O objetivo é conscientizar a população sobre a questão do tabagismo e alertar sobre os riscos das doenças associadas ao tabaco. O evento conta com apoio da Unimed Cuiabá.
      Das 8h às 18h, serão projetados vídeos educativos sobre os males causados pelo fumo. Pneumologistas estarão no local para dar assistência à população juntamente com os alunos do curso de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que compõem a “Liga do Pulmão”.
      “Serão distribuídos materiais educativos enquanto os vídeos são projetados na tenda que estará montada na praça da República. As pessoas que comparecerem poderão realizar o exame chamado “medida de pico de fluxo”, para avaliar sua capacidade de expiração e, se for o caso, parar de fumar enquanto é tempo”, conta a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) de Mato Grosso, Keyla Medeiros Maia Silva.
      Tabagismo
      O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O consumo de cigarros, charutos e demais produtos de tabaco é um grande problema mundial de saúde pública. Ele provoca a morte de 6 milhões de pessoas a cada ano no mundo.
      No Brasil, são 200 mil mortes anuais. Para proteger a população do tabagismo, 172 países assinaram um tratado internacional chamado Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. O Brasil aderiu ao acordo em 2005 e criou uma comissão, a Conicq, para implementar o tratado. Acesse www.inca.gov.br e obtenha mais informações sobre a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.

    • Autor:
    • Fonte: 24 Horas News
    Notícia
    • Nova York proíbe fumar em parques e praias (25/05/2011)

    ·         Uma nova lei que entrou em vigor nesta segunda-feira em Nova York proíbe fumar em 1.700 parques e praças, além de banir o consumo de cigarros ao longo de 22,5 km de praias da cidade.

    A medida, que foi decretada pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, prevê multa de 50 dólares para os que forem flagrados fumando em locais proibidos.

    Para advertir os fumantes, foram colocados sinais nas entradas dos locais públicos, mas, como era de se esperar, a medida deixou alguns insatisfeitos: "Não sabia da lei. Vi muitas pessoas fumando. É ridículo", afirmou à AFP o arquiteto e fumante David Harris, de 40 anos.

    "Não poder fumar em um lugar fechado é algo que faz sentido, mas a proibição em um lugar aberto não faz sentido algum", argumentou Harris.

    Desde 2003 era proibido fumar em Nova York em bares e restaurantes. Muito antes disso, já era proibido o fumo em locais de trabalho.

    Para sensibilizar a opinião pública, o departamnto de Saúde e Higiêne Mental anunciou esta semana o lançamento de uma campanha educativa na televisão, no metrô e na imprensa escrita.

    À frente desta campanha contra o cigarro, Bloomberg assegurou que a partir desta segunda-feira "os espaços públicos serão não apenas mais agradáveis, mas também mais saudáveis, limpos e belos". "Todos sabemos que fumar é algo nocivo, mas os fumantes passivos são um grande perigo para saúde pública. Baixar a porcentagem de exposição dos nova-iorquinos como fumantes passivos é um passo importante para dar mais saúde a nossa cidade".

    Segundo o comissário do departamento de Saúde de Nova York, Thomas Farley, "os parques livres de cigarros protegem a todos aqueles que os visitam dos riscos trazidos pelo fumo passivo" e eliminam o mau exemplo às crianças.

    O tabagismo é responsável por um terço das mortes evitáveis na cidade, de acordo com o prefeito de Nova York. O número de fumantes na cidade já caiu 27% entre 2002 e 2009 e o número de mortes vinculadas ao cigarro recuou 17% ao longo da última década.

    Além dos casos de saúde, há também uma questão ambiental envolvendo os fumantes. Segundo dados oficiais, os filtros de cigarro somam mais de 75% do lixo encontrado nas praias e demoram mais de 18 meses para se decompor.


    • Autor:
    • Fonte: AFP

    OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas
    Resolução Mínima de 800x600 © Copyright 2007

    sábado, 21 de maio de 2011

    WILLIAM JAMES

    "QUANDO VOCÊ PRECISA TOMAR UMA DECISÃO E NÃO TOMA,ESTÁ TOMANDO A DECISÃO DE NADA FAZER".

    terça-feira, 17 de maio de 2011

    INÍCIO DOS GRUPOS

    GRUPO DE PREVENÇÃO DE RECAÍDAS

    GRUPO DE MANUTENÇÃO DE ABSTINÊNCIA

    GRUPO MULTIFAMÍLIAR.

    ÀS TERÇAS E QUARTAS-FEIRA.
    19:00H.
    END.BUENOS AIRES - 466 -SALA62-6ºANDAR.

    GRUPOS DE MANUTENÇÃO DE ABSTINENCIA E PREVENÇÃO DE RECAÍDAS

    INÍCIO DOS GRUPOS

    TERÇAS-FEIRAS.
    19:00h
    End.BUENOS AIRES - 466-SALA 62-6ºandar.

    segunda-feira, 16 de maio de 2011

    CRENÇAS PROTETIVAS/ OPOSITORES INTENSOS:


    CURRÍCULO DO RECUPERANDO - você irá construindo o seu progresso pessoal, participando teórica e praticamente dos grupos, fazendo sua verbação , acabativa sua teática, identificando seus diferentes momentos de sua história evolutiva.



    MATURIDADE – a medida que você for cursando os diferentes níveis de sua recuperação, você obterá mais conhecimento a respeito de sua própria consciência.



    FACILITADOR – seja um facilitador de sua própria recuperação. Pare de procrastinar, adiar sua evolução pessoal.



    RECUPERAÇÃO – o mérito é seu porque ela é pessoal.



    RITMO ÀGIL – se apresse devagar, devagar vai mais depressa. Primeiro as coisas primeiras.O autoconhecimento mais profundo permitirá , você definir o ritmo mais ágil no seu processo de recuperação.



    COMODISMO – vire o ponteiro de sua consciência para dentro de si mesma.Pare de perder tempo e energias na manutenção de magoas e desafetos, competição .
    HABILIDADES PARA LIDAR COM O TRATAMENTO.




    1. dificuldades x adversidades : o pavão transforma veneno em alimento.

    2. tempo : Vá com calma, se apresse devagar, devagar vai mais depressa.

    3. excesso de confiança: priorize o discernimento. Balão que enche muito se perde.

    4. desesperança: encontre algo que valha a pena continuar vivendo.

    5. falta de sentido existencial.

    6. achar que é tarde para parar de usar.

    7. ambivalência: aceitação da condição de adicto.

    8. testar autocontrole: autosabotagem X autocorrupção


    9. estar sendo forçado pelos outros: negação X procrastinação.

    10. entediado , recaído emocionalmente: não esquecer da dor , das perdas anteriores.

    11. falta de acabativa: bater na preguiça.

    12. negar a necessidade do tratamento.

    13. negar ajuda da equipe técnica.

    14. negar a ajuda da família .

    CODEPENDÊNCIA

    Codependência
    Intrigante e até misteriosa, é a aparente perseverança com que alguns familiares, normalmente cônjuges e companheiros(as), se dedicam aos parentes com problemas de dependência, alcoolismo, jogo patológico ou outro transtorno grave da personalidade. Difícil entender como e porque essas pessoas suportam heroicamente todo tipo de comportamento problemático, ou até atitudes sociopáticas dos companheiros(as), como se assumissem uma espécie de desígnio ou “carma”, para o qual fossem condenados para todo o sempre.
    Não se consegue compreender porque essas pessoas abrem mão da possibilidade de ser feliz ou de diminuir o sofrimento, permanecendo atreladas à pessoa problemática, suportando toda a tirania de sua anormalidade, como se esse fosse o único papel reservado pelo destino.
    Os profissionais com prática no exercício da clínica psiquiátrica sabem das dificuldades existenciais dessas pessoas codependentes, ou seja, “dependentes” dos companheiros(as) problemáticos, quando estes deixam o vício. Parece que os codependentes ficaram órfãos, de uma hora para outra, perdidos e sem propósito de vida. Não é raro que passem elas, as pessoas codependentes, a apresentar problemas semelhantes àqueles dos antigos dependentes que cuidavam.
    Codependência é um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, e atualmente estendido também aos casos de alcoolismo, de jogo patológico e outros problemas sérios da personalidade.


    Codependentes são esses familiares, normalmente cônjuge ou companheira(o), que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão diante do dependente e de seus problemas. São pessoas que têm baixa auto-estima, intenso sentimento de culpa e não conseguem se desvencilhar da pessoa dependente.
    O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro. Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoolistas, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos, etc.
    O Codependente é Atado na pessoa problema
    Uma expressão que representa bem a maneira como o codependente adere à pessoa problemática é atadura emocional. Dizemos que existe atadura emocional quando uma pessoa se encontra atrelada emocionalmente a coisas negativas ou patológicas de alguém que o rodeia; seja esposo, filho, parente, companheiro de trabalho, etc. Devida a essas amarras emocionais o codependente passa a ser quase um outro dependente (d pessoa problemática).
    A codependência se manifesta de duas maneiras: como um intrometimento em todas as coisas da pessoa problema, incluindo horário de tomar banho, alimentação, vestuário, enfim, tudo o que diz respeito à vida do outro. Em segundo, tomando para si as responsabilidades do outra pessoa. Evidentemente, ambas atitudes propiciam um comportamento mais irresponsável ainda por parte da pessoa problemática.
    Percebe-se na codependência um conjunto de padrões de conduta e pensamentos (patológicos) que, além compulsivos, produzem sofrimento. O codependente almeja ser, realmente, o salvador, protetor ou consertador da outra pessoa, mesmo que para isso ele esteja comprovadamente prejudicando e agravando o problema do outro.
    Como se nota, o problema do codependente é muito mais dele próprio do que da pessoa problemática e, normalmente, a nobre função do codependente depende da capacidade de ajudar ou salvar a outra pessoa, que sempre é transformada em vítima e não responsável pelos próprios problemas.
    Por causa do envolvimento de toda a família nos problemas do dependente ou alcoolista, considera-se que o alcoolismo ou o uso nocivo de drogas é uma doença que afeta não apenas o dependente, mas também a família.
    Sintomas da Codependência
    A codependência é uma condição específica que se caracteriza por uma preocupação e uma dependência excessivas (emocional, social e a vezes física), de uma pessoa em relação à outra, reconhecidamente problemática. Depender tanto assim de outra pessoa se converte em uma condição patológica que caracteriza o codependente, comprometendo suas relações com as demais pessoas. Em pouco tempo o codependente começa a achar que ninguém apóia a pessoa problema (como ele), que ambos são incompreendidos, ele e a pessoa problemática, ambos não recebem o apoio merecido, etc.
    O codependente tem seu próprio estilo de vida e seu modo de se relacionar consigo próprio, com os demais e com a pessoa problemática. Devido sua baixa auto-estima, ele sempre se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo (pelo menos aparentemente).

    A pessoa codependente não sabe se divertir normalmente porque leva a vida demasiadamente a sério, parecendo haver um certo orgulho em carregar tamanha cruz, em suportar as ofensas, humilhações e frustrações. Como ele precisa desesperadamente da aprovação dos demais, porque no fundo ele mesmo sabe que está exagerando em seus cuidados com a pessoa problemática, procura ter complacência e compreensão com todos por uma simples questão de reciprocidade (quer que os outros também entendam o que está fazendo).
    A codependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:
    1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro.
    2. - Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o codependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
    3. - Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
    4. - Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o codependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
    5. - Condutas pseudo-compulsivas. Se o codependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.
    6. – Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.



    7. - Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.
    8. – Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.
    9. – Baixa autoestima.
    10. - Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria auto-estima.
    11. - Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.
    12. - Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.
    13. - Depressão. Resultado final
    Parece um nobre empenho ajudar a outras pessoas que se estão se autodestruindo, como no caso dos alcoolistas ou dependentes químicos, do jogo ou do sexo compulsivos. Entretanto, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante da Codependência. A dor na codependência é maior que o amor que se recebe e se uma relação humana resulta prejudicial para a saúde física, moral ou espiritual, ela deve ser desencorajada.
    Na realidade a codependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc. Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.

    Disfunção Familiar
    Na família da pessoa problemática as relações familiares e a comunicação interpessoal vão se tornando cada vez mais complicadas. A comunicação se faz mais confusa e indireta, de modo que é mais fácil encobrir e justificar a conduta do dependente do que discuti-la. Esta dificuldade (disfunção) vai se convertendo em estilo de vida familiar e produzindo, em muitos casos, o isolamento da família dos contatos sociais cotidianos. As regras familiares se tornam confusas, rígidas e injustas para seus membros, de forma que os deveres passam a ser distorcidos, com algum prejuízo das pessoas que não têm problemas e privilégios da pessoa problemática.
    Como se vê, a conduta codependente é uma resposta doentia ao comportamento da pessoa problemática, e se converte em um fator chave na evolução da dependência, isto é, a codependência promove o agravamento da situação da pessoa problemática, processo chamado de facilitação. Mas, os codependentes não se dão conta de que estão facilitando o agravamento do problema, em parte pela negação e em parte porque estão convencidos de que sua conduta esta justificada, uma vez que estão “ajudando” o dependente a não se deteriorar ainda mais e que a família não se desintegre.
    Costuma ser mais freqüente do que se pensa, as pessoas codependentes buscarem ajuda médica, porém, sem que tenham crítica de tratar-se de codependência. Antes disso, essas pessoas se queixam de depressão ou simplesmente de estresse.
    Os profissionais de saúde que trabalham na área de dependências, correm sempre o risco de desenvolver codependência como resultado da exposição crônica à dependência dos pacientes.
    As manifestações dessa codependência profissional são muito variadas, podendo dizer respeito à assumir franca e pesada responsabilidade pelo dependente, protegê-lo das conseqüências de suas decisões, e dar-lhe sermões repetitivos, enfim, assumir atitudes que ultrapassam as funções do profissional.
    Quando acontece a codependência em profissionais da área (médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pessoal da enfermagem), normalmente não há uma crítica imediata da situação, senão a sensação de que todas as atitudes objetivam genuinamente ajudar o paciente. Entretanto, a codependência está longe de ajudar, sendo mais provável um agravamento da dependência ou uma facilitação.
    O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente as reações que vão ocorrendo com o sujeito que a utiliza. Este impacto pode ser descrito através de quatro estágios pelos quais a família progressivamente passa sob a influência das drogas e álcool:
    1. Na primeira etapa, é preponderantemente o Mecanismo de Negação. Ocorre tensão e desentendimento e as pessoas deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem.
    2. Em um segundo momento, a família demonstra muita preocupação com essa questão, tentando controlar o uso da droga, bem como as suas conseqüências físicas, emocionais, no campo do trabalho e no convívio social. Mentiras e cumplicidades relativas ao uso abusivo de álcool e drogas instauram um clima de segredo familiar. A regra é não falar do assunto, mantendo a ilusão de que as drogas e álcool não estão causando problemas na família.
    3. Na terceira fase, a desorganização da família é enorme. Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis, servindo de facilitadores. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e assim o dependente químico perde a oportunidade de perceber as conseqüências do abuso de álcool e drogas. ? comum ocorrer uma inversão de papéis e funções, como por exemplo, a esposa que passa a assumir todas as responsabilidades de casa em decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha que passa a cuidar dos irmãos em conseqüência do uso de drogas da mãe.
    4. O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, podendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em todos os membros. A situação fica insustentável, levando ao afastamento entre os membros gerando desestruturação familiar
    Recuperação da Codependência
    A codependência também pode ser agravante e desencadeante de depressão, suicídio, doenças psicossomáticas, e outros transtornos. Os grupos de ajuda para familiares de dependentes (químicos e alcoólicos) visam, principalmente, reverter este quadro, orientando os familiares a adotarem comportamentos mais saudáveis. Os profissionais acham que o primeiro passo em direção a esta mudança é tomar consciência e aceitar o problema.
    O tratamento da codependência pode consistir de psicoterapia, grupos de auto ajuda, terapia familiar e em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos. Os grupos de auto ajuda para familiares de dependentes, tais como, Alanom e Codependentes Anônimos são de grande utilidade no processo de recuperação familiar da codependência.
    Codependentes Anônimos
    Nos mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos, Codependentes Anônimos são grupos de ajuda com metodologia de relato em grupo e do estímulo para observância de algumas recomendações disciplinares e de alguns passos importantes. As chamadas Doze Tradições dos Codependentes Anônimos foram adaptados das 12 Tradições de Alcoólicos Anônimos. Veja:
    1- Nosso bem-estar comum deve estar sempre em primeiro lugar; a recuperação pessoal depende da unidade de Codependentes Anônimos.
    2- Somente uma autoridade preside, em última análise, ao nosso propósito comum – um Poder Superior amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.
    3- O único requisito para ser membro da unidade de Codependentes Anônimos é ter um sincero desejo para relacionamentos saudáveis e amorosos.
    4- Cada Grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que afetam outros Grupos, ou Codependentes Anônimos como um todo.
    5- Cada Grupo tem um único propósito primordial – levar sua mensagem ao Codependente que ainda sofre.
    6- Um Grupo de Codependentes Anônimos nunca deverá jamais endossar, financiar ou emprestar o nome de Codependentes Anônimos a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à irmandade, para que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos desviem de nosso propósito espiritual.
    7- Cada Grupo deverá ser totalmente auto-sustentável, recusando assim contribuições de fora.
    8- Codependentes Anônimos deverá permanecer sempre não profissional, embora nossos centros de serviços possam empregar trabalhadores especializados
    9- Codependentes Anônimos, jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.
    10- Codependentes Anônimos não opinam sobre questões alheia à Irmandade, portanto, o nome de Codependentes Anônimos, jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.
    11- Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal em nível de imprensa, rádio e filmes.
    12- O anonimato é a base espiritual de todas as nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.



    Vejamos agora os Doze Passos de Codependentes Anônimos, também adaptados dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos
    1- Admitimos que éramos impotentes perante os outros - que nossas vidas haviam se tornado incontroláveis.
    2- Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós, poderia nos devolver a sanidade.
    3- Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidado de Deus como nós O concebíamos.
    4- Fizemos um destemido e minucioso inventário moral de nós mesmos.
    5- Admitimos perante a Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
    6- Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
    7- Humildemente rogamos a Deus para que nos livrasse de nossas imperfeições.
    8- Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
    9- Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
    10- Continuamos fazendo o inventário pessoal, e quando nós estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
    11- Procuramos através da prece e da meditação melhorar nosso contato consciente com Deus como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e força para realizar essa vontade.
    12- Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos levar esta mensagem para outros codependentes e praticar estes princípios em todos as nossas atividades.





    A American Society of Addiction Medicine propõe três fases para o tratamento de famílias de dependentes químicos, sendo que o nível de intervenção varia de acordo com a meta de tratamento estabelecida, bem como as necessidades da família. A tabela abaixo sumariza os níveis de intervenção familiar de acordo com as fases:
    Fase I:
    - 1. Trabalhar a negação;
    - 2. Interromper o consumo de substâncias;
    Fase II:
    - 1. Prevenir recaídas;
    - 2. Estabilizar a família, melhorando seu funcionamento.
    Fase III:
    - 1. Aumentar a intimidade do casal, no plano emocional e sexual.
    Segundo Neliana Buzi Figlie, psicóloga, especialista em dependência química, a fase I tem como objetivo o dependente a atingir a abstinência. Para tal é importante auxiliar as pessoas a assumir a responsabilidade sobre seus comportamentos e sentimentos. Por vezes, alguns membros podem ser atendidos conjuntamente, enfatizando a diminuição da reatividade do impacto de um familiar nos outros. Ao pensar no modelo de doença, nesta fase é trabalhado o conceito de co-dependência. No referencial sistêmico, o foco centra-se na esposa definir uma posição de modo a quebrar o circulo repetitivo do funcionamento familiar e desta forma, auxiliar o dependente em sua recuperação. O referencial comportamental trabalha com a perspectiva de visualizar comportamentos do cônjuge que reforcem o comportamento aditivo, almejando a substituição por comportamentos que reforcem a sobriedade.
    Na fase II, ainda segundo Neliana Buzi Figlie, o foco é identificar padrões disfuncionais na família como um todo, tanto na família de origem, quanto da família de procriação. Nesta fase é importante retomar rituais familiares e conforme o grau de dificuldade, o encaminhamento para uma psicoterapia familiar especializada pode ser realizado.
    A fase III é definida como uma nova fronteira no tratamento da dependência química, sendo uma das áreas menos exploradas e talvez uma das mais controversas. Muito tempo após a cessação do consumo de substâncias, alguns relacionamentos continuam desgastados. Nesta fase o tratamento tem como meta aumentar a intimidade do casal e a participação de ambos no processo é fundamental.
    Em termos de modalidades de tratamentos psicológicos, Neliana Buzi Figlie discorre sobre 4 tipos:
    Grupos de Pares, onde os membros da família são distribuídos em diferentes grupos dependentes químicos, pais, mães, irmãos, cônjuges, etc. A interação entre pares é facilitadora de mudanças, uma vez que escutar de um par não é o mesmo que escutar de um profissional, porque o par passa por situação semelhante e não é alvo de fantasias e idealizações como o terapeuta.
    Grupos de Multifamiliares. Através de um encontro de famílias que compartilham da mesma problemática, cria-se um novo espaço terapêutico que permite um rico intercâmbio a partir da solidariedade e ajuda mútua, onde as famílias se convocam para ajudar a solucionar o problema de uma e de todas, gerando um efeito em rede. Todas as famílias são participantes e destinatárias de ajuda.
    Psicoterapia de Casal, onde os casais podem ser atendidos individualmente ou também em grupos, uma vez que o profissional tenha habilidades para conduzir as sessões sem expor particularidades que não sejam adequadas ao tema focado.
    Psicoterapia Familiar. Aqui a é a abordagem mais especializada segundo um referencial teórico de escolha do profissional para a compreensão do padrão familiar e intervenção. Nesta modalidade se reúne a família e o dependente químico.
    Ballone GJ - Codependência - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2006

    quinta-feira, 12 de maio de 2011

    Dificuldades para sair da ativa



                       As Dificuldades mais comuns para sair da ativa





       
    1- Falta de informação.


    2- As patologias Sociais / Drogas Licitas


    3- Aceitação da Doença


    4- Grau de comprometimento


    5- Clinica Adequada


    6- Relacionamento Familiar


    7- Orgulho


    8- Falta de Espiritualidade


    9- Auto-Sabotagem/ Autocorrupções

     10- Ausência de diagnósticos de outras comorbidades


    11- Preguiça X procrastinação.

    domingo, 1 de maio de 2011

    Descoberta droga mais letal que o crack

    Ainda desconhecido pela maioria da população, o óxi ou oxidado, uma droga parecida com o crack, só que mais devastadora, já se espalhou por dez Estados do país e recentemente chegou a São Paulo. Assim como o crack, o princípio ativo do óxi é a pasta base da folha de coca. Enquanto o crack é obtido a partir da mistura e queima da pasta base com bicarbonato de sódio e amoníaco, no óxi são utilizados cal virgem e algum combustível, como querosene, gasolina e até água de bateria –substâncias que barateiam o custo do entorpecente.
    O óxi é inalado ou fumado, assim como o crack, na lata ou no cachimbo. A droga é produzida na Bolívia e no Peru e começou a entrar no Brasil em 2005 pelo interior do Acre. Em pouco tempo, chegou a Rio Branco, onde atualmente há um número elevado de usuários, e se espalhou para outras capitais da região Norte, como Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Macapá (Amapá) e Porto Velho (Rondônia).
    Nos últimos meses, houve apreensões e registros de usuários em Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Piauí –onde foram confirmadas 18 mortes só neste ano por conta do uso do óxi. Há rumores da circulação da droga no Mato Grosso, Maranhão e Paraná, embora não haja registros oficiais.
    A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), subordinada ao Ministério da Justiça, informou que pesquisadores do órgão registraram a circulação da droga em Santos (SP), mas não forneceu mais detalhes. Na capital, não há registros de usuários de óxi no SUS (Sistema Único de Saúde), segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista, que faz um trabalho com usuário de drogas na Cracolândia, região central, também afirma não ter encontrado a droga.
    Oficialmente, o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) da Polícia Civil ainda não fez apreensões da droga. Segundo o órgão, no entanto, o óxi já pode ter sido apreendido, mas não foi diferenciado em razão de sua semelhança com o crack. A maior diferença na aparência entre as duas drogas é a cor mais amarelada do óxi, enquanto a pedra do crack é mais clara.
    O delegado Reinaldo Corrêa, da Divisão de Prevenção e Educação (Dipe) do Denarc, cita um episódio ocorrido em março deste ano, em que foram apreendidos 200 kg de crack em um laboratório no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Na ocasião, a polícia prendeu oito mulheres contratadas em Alagoas para empacotar a droga, além de seis homens que compravam a droga no atacado na Bolívia. Na época, o Denarc anunciou que a apreensão era de crack, mas segundo Corrêa, tudo indica que, na verdade, tratava-se de óxi.
    “Os investigadores queimaram algumas pedras para analisar o material e a substância soltou uma espécie de óleo, que é um resíduo do querosene do óxi que o crack não solta. Só foi registrado como crack porque os investigadores não sabiam da existência do óxi. Agora, qualquer coisa que a gente apreender, vamos ficar de olho”, afirmou o delegado.
    Ainda segundo Corrêa, pedras estão sendo vendidas na cracolândia por R$ 2 a R$ 5, valor inferior ao que normalmente o crack é comercializado (entre R$ 7 e R$ 10), o que pode ser um indício do comércio de óxi. Também há relatos não-oficiais de uso de óxi na região da avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul da capital. “Se olharmos o percurso da droga, o próximo destino é São Paulo, que é o grande centro consumidor de crack. Nada impede que o óxi chegue aqui”, disse.
    Efeitos e danos ao organismo
    A pasta base é feita a partir da trituração da folha de coca, encontrada nos países andinos (Bolívia, Peru, Colômbia e Equador). Para obter a pasta base, utiliza-se ácido sulfúrico e outros componentes tóxicos. No óxi, a pasta base é misturada com combustível e cal virgem, componentes corrosivos e extremamente danosos ao organismo.
    A droga inalada chega ao cérebro entre 7 e 9 segundos, apenas, e acelera o metabolismo do usuário, causando sensações de euforia, depressão, medo e paranoia. Diferente da cocaína, os efeitos duram pouco tempo, no máximo 10 minutos. Essas circunstâncias obrigam o drogado a inalar o óxi repetidamente para manter o “barato”, o que aumenta as agressões ao organismo.
    De acordo com o psiquiatra Pablo Roig, diretor de uma clínica particular de recuperação de drogados, o que torna o óxi mais letal que o crack é, em primeiro lugar, os componentes adicionais –cal e combustível– e, em segundo, a quantidade do princípio ativo da cocaína, que no óxi é de 60% do composto, um pouco superior ao encontrado no crack.
    “São substâncias com alta toxicidade, que causam dificuldades na respiração, fibroses e endurecimento do pulmão. Afetam o sistema cardiorrespiratório e promovem uma vasoconstrição muito intensa. Muitos usuários têm perda de consciência, o que leva a uma parada cardíaca e ao coma”, afirma o médico.
    A maioria dos usuários intercala as inaladas com doses de álcool para controlar a sensação de abstinência causada pela droga, o que ataca o fígado e o sistema digestivo, fazendo com que os usuários tenham diarreia e vômito. Muitos usuários de óxi apresentam aparência amarela por conta dos efeitos da droga no fígado.
    “O álcool com a substância da cocaína forma o cocaetileno, que pode provocar esteatose hepática (gordura no fígado) e cirrose”, diz Roig. O cocaetileno também é uma substância tóxica para o miocárdio, o que pode também provocar morte súbita.
    Ainda não há um estudo sobre a letalidade do óxi. Nos próximos dias, a Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Justiça, divulgará um amplo estudo sobre o crack que também deve abordar o óxi. No entanto, segundo o delegado do Denarc, em média 30% dos usuários da droga não sobrevivem após um ano de uso.]

    Fonte: http://tiagolinno.wordpress.com