sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NOTÍCIAS DA ABEAD




15/08/2011

Crack escancara a falta de políticas contra as drogas

Especialistas criticam a falta de ações integradas para o combate do uso da droga e divergem sobre a eficácia na internação compulsória de crianças e adolescentes, que atualmente é praticada na cidad






Escancarada nas ruas a disseminação do uso de crack tornou-se um flagelo social diante da falta de políticas públicas voltadas para a questão das drogas. A estimativa da Or­ga­ni­za­ção Mundial da Saúde (OMS) para o Brasil é que existam 3% de usuários, o que im­plica em seis milhões de brasileiros. O Ministério da Saúde tra­balha com dois milhões de usuários.


Na busca por soluções e­mer­genciais, a internação com­pulsória de crianças e a­do­lescentes – adotada pela prefeitura de São Paulo – co­meça a ser discutida pelo país e gera polêmica. Até que pon­to o encaminhamento à força g­era efeitos na luta contra o vício?

Para a diretora da Divisão de Saúde Mental, da Secre­ta­ria Municipal de Saúde de Goiâ­nia, Heloiza Helena Mas­sa­naro, primeiro é preciso o­bservar a complexidade da pro­blemática do crack, que implica também o preconceito. Por se tratar de uma séria questão de saúde pública, ela acredita que medidas simplistas não conseguirão o efeito desejado.

Conselheira do Conselho Federal de Psicologia e especialista em Saúde Mental, He­loi­za avalia que é necessário, antes de tudo, o diálogo. “Te­mos que dar a possibilidade de escolha para os usuários. Internação compulsória é uma verdadeira prisão não autorizada.”

Na opinião da psicóloga, essas ações governamentais são políticas de higienização, que excluem e ferem os direitos humanos. “Não podemos pensar a saúde de uma forma reducionista, muitos menos a questão do crack, que tem um forte fator social. Estamos regredindo. Pegar à força dependentes químicos e jogá-los para fora do mundo é cobrir os verdadeiros culpados da crise.”

Segundo ela, a internação compulsória é uma violência, que não oferece garantias, pois o sujeito não participa do processo de tratamento. “Mesmo que o crack atinja todas as classes sociais, o problema é a injustiça social e a exclusão. A população deve entender que os dependentes químicos precisam de ajuda e as famílias também.” Dados recentes do IBGE apontam que 35,7% dos lares brasileiros possuam algum parente familiar viciado em crack.

O foco deveria estar nas estratégias para a mudança de comportamento, que englobaria atendimento médico, psicoterapia de grupo, uso de técnicas para mudanças comportamentais, incentivo à participação em grupos de ajuda, assistência social. Heloiza diz que também não podem ser deixadas de lado as ações contra o tráfico e os investimentos em educação.

Estudos da Universidade Federal da São Paulo (Unifesp) demonstram que apenas um terço deixa o vício e encontra a cura, outro terço mantém o uso e outro terço morre, sendo que em 85% dos casos são relacionados à violência. Os pesquisadores apontam também que não há nenhum tratamento medicamentoso aprovado para dependência de crack.

O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Carlos Salgado, vê a internação compulsória como prioridade quando o dependente corre risco de vida. “Um exemplo é o de uma idosa retida ao leito, sem higiene, em situação de desnutrição e quadro infeccioso. Caso ela recuse atendimento, seus familiares e amigos vão levá-la mesmo a contragosto à atenção médica. Por que haveria de ser diferente para um adolescente em dependência grave de crack que recusa atendimento?”

A maior dificuldade enfrentada em manter o usuário de drogas em tratamento e no próprio atendimento, de acordo com Salgado, é a escassez de recursos clínicos que invade toda a a área da saúde. “Muito se discute em políticas públicas e muito pouco é implementado, pois as verbas necessárias são sonegadas pelo poder público, apesar da brutal carga tributária a encher cofres públicos.”

A superintendente de Aten­ção à Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, e presidente do Comitê de Enfren­tamento ao Crack, Mabell Socorro, também avalia que a internação à força cabe em apenas alguns casos. “Quando existe a vulnerabilidade social e o dependente já não consegue controlar o vício e afeta os familiares e a sociedade, a internação compulsória pode ajudar no processo de desintoxicação.”

Em relação às questões de saúde como desidratação, desnutrição e gravidez, Mabell vê as internações à força como prioridades para o salvamento da vida dos dependentes. “Temos que ter sempre em mente a necessidade de socorrer a vida dos pacientes, que estão vulneráveis. A internação em hospitais gerais também é importante para o organismo físico. As clínicas específicas só desenvolvem tratamentos psicológicos.”

Reinserção social

Como uma engrenagem, um tratamento contra o uso de drogas não está atrelado somente à fase de desintoxicação. Os especialistas avaliam que a reinserção social é um ponto crítico do processo. Ma­bell acredita que o diferencial está justamente nesta etapa.

Os dependentes, que saem das clínicas e dos hospitais, necessitam de motivação e acolhimento para voltar à sociedade. “Se não houver uma reinserção social, os dependentes acabam voltando bem piores para as ruas. É prioritário o fim do preconceito e mais informação à população.” Por isso, são nos tratamentos psicossociais que Mabell vê a solução para o fim da epidemia do crack.

A superintendente enfatiza a importância das campanhas de prevenção ao uso das drogas e principalmente, do crack. O trabalho da educação é alvo de eventos que são voltados para serviços informativos, como por exemplo, dos efeitos das drogas no organismo, danos à saúde física e mental, destruição familiar, crimes em geral.

De acordo com Heloiza, a reinserção só acontece se houver uma ruptura com os problemas sociais. “Não é um problema só de saúde pública. Antes de tudo, são problemáticas sociais de distribuição de renda e educação pública. A população é desinformada quando o assunto é sobre droga, principalmente no caso do crack.”

Integrado

Uma visão interdisciplinar para o tratamento contra a droga foi apresentada pelo Conselho Federal de Medicina, na última quarta-feira, 9, durante o lançamento das Diretrizes Gerais Médicas para Assis­tência Integral ao Usuário do Crack.

Elaborado pela entidade, o documento aponta para a necessidade de uma abordagem física, psicológica e social ligada também às questões legais e qualidade de vida num tratamento que vise a abstinência e prevenção de recaídas.

De acordo com as diretrizes, a situação demanda uma abordagem interdisciplinar e uma rede integrada de atenção psicossocial, que devem propor ações preventivas de sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde e educação, bem como a identificação precoce e encaminhamento adequado dos usuários. Além disso, são previstas desintoxicações, tratamento psiquiátricos, estratégias de psicoeducação para trabalhar fatores de risco, reabilitação neuropsicológica e psicossocial e redução de danos.

Reforço para formação profissional

A falta de pro­fissionais ca­pa­citados é um dos maiores obstáculos para a­tendimento e tratamento dos de­­pendentes quí­micos. Em Goiás, para me­lho­rar a formação desses profissionais, a Universidade Fe­de­ral de Goi­ás (UFG), em parceria com a Se­cretaria Nacional de Po­lí­ticas sobre Drogas (SENAD), instala no próximo dia 18, o Centro Re­gional de Re­fe­rên­cia de For­mação Per­ma­nente sobre Dro­gas (CRR-UFG).

Segundo a coordenadora do CRR-UFG, professora Tâ­nia Maria da Silva, nem mesmo as universidades possuem matérias direcionadas para essa formação. No entanto, enfatiza que não existe um modelo ideal e nem mesmo uma fórmula má­gica de prevenção e tratamento.
Para o psiquiatra e presidente da Abead, Carlos Sal­­ga­do, os profissionais de saú­de são mais preparados para conter mecânica e farmacologicamente pa­cientes confusos em uma UTI, mesmo que sejam crianças. Mas, de acordo com ele, esses profissionais não costumam ter a mesma desenvoltura em quadros psiquiátricos, o que inclui os dependentes químicos.

Uma das primeiras atividades do CRR serão os cursos para formação de profissionais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Sistema Único de Assis­tên­cia Social (SUAS) de Goiânia e do su­deste goiano.

A expectativa da coordenadora é de que o CRR-UFG se tor­ne uma unidade permanente da universidade, após a conclusão dos quatro cursos. Ela diz que a intenção é dar se­quên­cia aos trabalhos nos 42 municípios onde a UFG possui campus

Cursos
Para início dos trabalhos do CRR, quatro cursos se­quen­cias serão oferecidos por professores da UFG, da Uni­versidade Fe­deral de São Paulo (Uni­fesp), do SUS e do SUAS, com encontros quinzenais, às quintas e sextas-feiras.

O primeiro deles, Curso de Atualização sobre Inter­ven­ção Breve (IB) e Aconse­lha­mento Motivacional co­meçará ainda no dia 18. A intenção é a formação dos pro­fissionais para o uso da Intervenção Breve e En­tre­vista Motivacional, na abordagem ao usuário de risco de crack, álcool e outras drogas.

O gerenciamento de Casos e Reinserção Social de Usuários de Crack e Outras será o se­gundo. Neste, os profissionais das redes SUS e SUAS serão capacitados para desenvolver intervenções mais efetivas com relação à prevenção, promoção e reabilitação psicossocial de usuários de crack, álcool e outras drogas, a partir da integração entre os dispositivos assistenciais e a comunidade.

No Brasil, hoje existem 49 Centros Regionais de Refe­rên­cia que promovem cursos de capacitação à distância. O CRR-UFG será o primeiro a promover formação presencial, conforme informações da coordenadora Tânia Maria.

Fonte: Tribuna do Planalto









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Critérios de Gravidade da Dependência Química



O diagnóstico da dependência química conta atualmente com critérios claros e objetivos (quadro 1). A presença desses critérios confirma esse diagnóstico, qualquer que seja o indivíduo. Portanto, eles têm natureza universal. Por outro lado, podem ser individualizados. Isso acontece porque os critérios de dependência química possuem níveis de gravidade1. Essa importante inovação diagnóstica, introduzida a partir dos anos oitenta, será o mote desse comentário.


Quadro 1: Critérios diagnósticos da dependência química
Compulsão ou perda do controle Um desejo incontrolável de consumir uma substância.
Tolerância A necessidade de doses cada vez maiores da substância para obter o mesmo efeito de antes.
Síndrome de abstinência O surgimento de sintomas de desconforto, físicos e psíquicos, quando o consumo é interrompido ou reduzido.
Evitação da síndrome de abstinência Consiste no uso continuado da substância a fim de evitar o surgimento dos sintomas de abstinência.
Saliência do consumo Utilizar a substância vai se tornando mais importante do que tudo o que o indivíduo valorizava.
Estreitamento do repertório do beber É o consumo dissociado de eventos sociais. Não se utiliza mais a droga por ocasião de eventos. Usa-se pela necessidade de aliviar sintomas de abstinência.
Reinstalação da síndrome de dependência É o retorno do comportamento de consumo e dos sintomas de abstinência após um curto período de retorno do consumo.




Entender a gravidade de um quadro de dependência é personalizar o diagnóstico. É criar subsídios para melhor planejar uma abordagem terapêutica. A gravidade de um quadro de dependência pode ser entendida a partir das repercussões que o consumo de drogas provoca nos diversos campos da vida de um indivíduo (figura 1).

Paralelamente é imprescindível determinar o quanto o indivíduo está motivado para mudar seus hábitos de consumo. A motivação para a mudança ocorre em fases2 (quadro 2). Nenhum indivíduo está preso para sempre a uma condição. Dependentes que não percebem ou negam a gravidade de sua dependência são capazes de perceber tal situação, motivarem-se para a mudança e alcançarem a abstinência. Do mesmo modo, indivíduos altamente motivados podem desistir de seus objetivos com alguma facilidade e retornarem aos padrões habituais de consumo.

FIGURA 1: Os diversos campos de funcionamento de indivíduo. A magnitude do impacto do consumo de uma substância sobre estes determina os níveis de gravidade de um consumo.





Para investigar a gravidade, é preciso uma avaliação detalhada. Um procedimento capaz de identificar os sintomas e em seguida quantifica-los quanto a sua gravidade (quadro 3).


Quadro 2:
Fases da motivação para a mudança
Pré-contemplação O indivíduo não sente a necessidade de mudar. Pensa que seu consumo está sob controle e nega qualquer alternativa de ajuda.
Contemplação Há percepção dos problemas atuais (ou futuros) que o uso de drogas lhe traz. Por outro lado, o indivíduo não se vê sem a substância. É um período marcado pela ambivalência.
Determinação O indivíduo percebe os problemas ocasionados pelo consumo e pede ajuda.
Ação O indivíduo para de consumir drogas.
Manutenção O indivíduo procura estratégias para se manter abstinente.
Recaída É o retorno ao consumo. Pode ser episódica (lapso) ou prolongada. A partir dela, o indivíduo pode regredir a qualquer uma das fases anteriores.




Quadro 3:
Questões essenciais na investigação da gravidade

Histórico do consumo de drogas
Idade de início do consumo
Tipos de drogas que consome ou já consumiu
Freqüência do consumo e a via de administração preferida
Episódios de overdose
Episódios de abstinência
Internações devido à dependência (quantas e quando)
Dia típico de uso


Antecedentes médicos
Complicações do consumo: cirrose, abscessos, problemas pulmonares,...
Estado nutricional do indivíduo
DST/AIDS
Acidentes, internações clínicas, cirurgias


Antecedentes psiquiátricos
Presença de transtornos psiquiátricos antes ou depois do consumo.
Tentativas de suicídio
História forense
Histórico de contravenções
Contato com o sistema judiciário
Situação

Quadro sócio-econômico
Situação dos relacionamentos familiares
Histórico empregatício e a situação atual no emprego
Condições de moradia
Histórico escolar e situação atual








Com a coleta desses dados, além de um perfil adequado acerca da dependência, criam-se subsídios para planejar o manejo terapêutico.





Vejamos o exemplo colocado acima. O histórico do consumo deste indivíduo não demonstra a presença de nenhum critério de dependência. Houve apenas o aparecimento da tolerância, que isolada não apresenta qualquer indício de dependência. Ao longo de sua vida, o consumo de álcool não chegou a atrapalhar seus planos em nenhum campo de sua vida. Nota-se um consumo de baixo risco.






Já este indivíduo evoluiu para um consumo problemático e chegou a dependência. Todos os critérios para dependência química se fazem presentes (quadro 4).


Quadro 4: Identificação dos critérios de dependência
Compulsão ou perda do controle Houve um aumento progressivo do consumo, que invadiu áreas importantes de sua vida, sem que o indivíduo exercesse nenhum controle esse.
Tolerância O aumento da dose consumida diariamente aumentou progressivamente.
Síndrome de abstinência Começou a apresentar tremores matinais a partir do oitavo ano de uso diário.
Evitação da síndrome de abstinência Há presença de uso continuado da substância.
Saliência do consumo O consumo sobressaiu aos seus estudos, seu emprego, seus relacionamentos e vida afetiva.
Estreitamento do repertório do beber Nota-se uma perda de vínculos (trabalho, família, namoro) e a ritualização do consumo (uso diário, desvinculado de eventos sociais ou de controle).
Reinstalação da síndrome de dependência Critério ausente, pois nunca havia estado abstinente até a internação.




Nesse caso, encontramos um indivíduo bastante prejudicado pelo consumo de álcool. Parece possuir pouco apoio da família. Ter o apoio da família significa ajuda direta e aumentam as chances de sucesso no tratamento. A ausência da família piora o prognóstico e aumenta a gravidade do uso.

Ele não tem como se manter e acumulou poucos recursos capazes de lhe prover autonomia. Muito diferente daqueles que apesar do consumo intenso, conseguem empregos precários, informais, onde sua tarefa seja acessória e dispensável. Seu objetivo é apenas conseguir algum dinheiro. Ou ainda, daqueles que ocupam empregos importantes e bebem em horários em que nãom estão trabalhando (almoço, pós-expediente, hora do descanso).

Seu controle sobre o álcool parece ser precário: sofreu prejuízos sociais e físicos graves e ainda assim permaneceu usando. Seria menos grave se houvesse alguém em sua família cuja a autoridade é aceita pelo usuário, que o respeita e reduz o consumo quando solicitado. Ou se o indivíduo, apesar de beber uma garrafa de uísque por dia, o fizesse após o expediente. Tudo isso indica a necessidade de um acompanhamento inicial mais intensivo, talvez até internado.

A análise da gravidade possibilita a identificação de fatores protetores e de manutenção. Possibilita, também, qual o grau de comprometimento do indivíduo com seu tratamento e quais os controles que este é capaz de exercer sobre o seu consumo. Trata-se, assim, de uma ferramenta fundamental para qualquer profissional interessado na questão da dependência.



Referências bibliográficas:
1. Edwards G. O tratamento do alcoolismo. Porto Alegre: ARTMED, 1999.
2. Miller WR & Rollnick S. Motivational Interviewing - preparing people to change addictive behavior. New York: Guilford Press; 1991.








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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dr.Marcelo Maroni Saraiva

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O que é a AnsiedadeAs queixas mais comuns de pacientes que me procuram para tratar a ansiedade são: falta de ar, palpitações, desconforto torácico, sensação de que vai infartar e parestesias, que são aqueles formigamentos nas mãos, pés e boca.

O principal prejuízo clínico de quem sofre de ansiedade se dá nas tarefas mais simples do dia a dia, desde conduzir automóvel, trabalhar, apanhar um elevador e falar em público, pois ao passar por estas situações, a pessoa tem a impressão de que algo catastrófico vai acontecer.

Com o tempo, o paciente passa a evitar locais públicos, com o receio de passar mal e não ser socorrido. A isto, a psiquiatria dá o nome de “agorafobia”, ou seja, o medo de locais abertos. Trata-se de uma complicação muito comum principalmente em pessoas portadoras de Transtorno de Pânico, que é uma forma de ansiedade.

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A PsiquiatriaA Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais.

Tais sintomas mentais podem ser ocasionados por doenças fisicamente diagnosticáveis, como diabetes, hipertensão, doenças da tireóide e até mesmo doenças infecciosas, dentre várias.

Por exemplo, sintomas iniciais de um tumor no cérebro podem ser apenas de ordem emocional.

Cabe ao Médico Psiquiatra avaliar se este sofrimento psíquico do paciente é causado por estas patologias ou se é apenas uma manifestação psicológica de um conflito emocional, sem achados em exames de imagem ou laboratoriais.

São exemplos destes sintomas ou “transtornos psiquiátricos”: a depressão, o transtorno bipolar, a esquizofrenia, a demência e os transtornos de ansiedade. A meta principal é o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico do paciente.

Para isso, é necessária uma avaliação completa do paciente. Para isso, o Psiquiatra, que é médico, pode e deve, além do exame do estado mental, solicitar exames complementares, como radiografias, sangue, urina e até mesmo uma tomografia computadorizada, para descobrir se estes sintomas têm origem física.

O exame do estado mental, no entanto, é a ferramenta fundamental do Médico Psiquiatra, para avaliar o quadro psíquico. Compõe-se de uma entrevista padronizada, praticamente a mesma em todos os países do mundo.
Tal entrevista mostra ao profissional como está o humor, o afeto, a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e os pensamentos de um paciente.
O principal meio de tratamento do Psiquiatra são os medicamentos psicotrópicos ou a psicofarmacologia.
Testes psicológicos, neurológicos, neuropsicológicos e exames de imagem podem ser utilizados como auxiliares na avaliação, assim como exames físicos e laboratoriais.
Para uso dos testes devem ser procurados os profissionais específicos autorizados para aplicá-los.

O diagnóstico de um Transtorno Psiquiátrico é feito a partir do campo das psicopatologias: critérios bastante usados hoje em dia, principalmente na saúde pública, são a CID-10 da Organização Mundial de Saúde, adotada no Brasil, e o DSM-IV da American Psychiatric Association.

Os medicamentos psiquiátricos são parte importante do arsenal terapêutico, o que é único na Psiquiatria.
Com o avanço da medicação psiquiátrica desde o surgimento dos primeiros remédios na década de 50, hoje é possível propiciar uma melhora na qualidade de vida e dos sintomas ansiosos e depressivos.

A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do psiquiatra, embora seja bem melhor utilizada por outros profissionais de saúde mental: os Psicólogos, que diferem em atuação dos Psiquiatras por não serem médicos.

No entanto, a ferramenta da psicoterapia é sempre útil para as entrevistas diagnósticas e orientações; para praticá-la o psiquiatra deve fazer a formação complementar.

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'ABAIXO A AUTOESTIMA'

A psicóloga americana Kristin Neff ataca a ideia de que o ser humano precisa se ter em alta conta
GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO

Enquanto instituições, terapias, profissionais e livros seguem vendendo o "resgate da autoestima", a psicóloga americana Kristin Neff resolveu questionar um dos clichês mais repisados das últimas décadas.
Para ela, a cultura que incentiva em cada um a avaliação positiva de si mesmo contribuiu para a atual epidemia de narcisismo.
Como alternativa, Neff, 44, defende o estímulo da autocompaixão, conceito budista que ela importa para a psicologia no livro "Self-Compassion", lançado em abril.
De sua casa, no Texas, a professora falou à Folha, pouco antes de embarcar para um retiro de meditação na Inglaterra.
 

Folha - Como uma autoestima elevada pode fazer mal?
Kristin Neff - Não é o fato de ter uma autoestima elevada que é prejudicial, mas o que se faz para consegui-la ou mantê-la.
Você precisa ser o número um, precisa se sentir especial e melhor do que os outros. Se, por exemplo, a sua performance no trabalho está abaixo da média, você se sente abaixo da média.

Dá para manter a autoestima sempre em alta?
Não, isso não é sustentável. Para manter a autoestima em alta precisamos nos sentir melhor do que somos e achar que os outros são piores do que são. Só que não dá para ser melhor do que os outros o tempo todo. Você se sente bem quando recebe aquela promoção no trabalho, mas também se sente péssimo se não recebe. É óbvio que essa instabilidade faz mal à saúde. Pode levar à depressão e à ansiedade. Não dá para confiar na autoestima porque ela logo abandona você.

Por que a busca pela boa autoavaliação é tão prejudicial?
Porque acirra a rivalidade e pode levar à agressividade. Há quem sustente que muitas crianças praticam bullying porque têm baixa autoestima. Na verdade, elas obtêm sua autoestima colocando os outros para baixo, provocando, batendo. Assim se sentem melhores do que os outros. Pessoas preconceituosas usam critérios como raça ou religião para se dizerem melhores em relação aos que integram os outros grupos. O preconceito vem desse sentimento de que o grupo ao qual pertenço é melhor do que o outro e de que tenho que me sentir melhor do que o outro.

Como a cultura incentiva essa busca de alta autoestima?
Desde cedo, com os pais, com a escola. Numa sociedade competitiva, você dirá às crianças que é preciso ser sempre o primeiro.
Elas vão ficar se comparando o tempo todo, porque têm sido educadas na ideia de que devem sempre se sentir especiais e ganhar prêmios por serem as melhores. Todas essas formas de premiação que existem nas escolas incentivam a competição.

Qual o resultado disso?
Hoje, temos os maiores índices de narcisismo registrados graças a esse tipo de educação. É uma epidemia. Sou professora universitária há 12 anos e já vejo uma mudança nos meus alunos. Eles cada vez mais se sentem incomodados se tiram um B como nota. Meu filho ouve muito rap e eu noto essas letras lotadas de narcisismo.

As pessoas são apegadas à ideia da autoestima?
Sim. Atingimos o ápice da raiva quando alguém diz algo que, de alguma forma, mexe com o nosso ego, aquilo que, se aceitássemos, colocaria em risco nossa autoestima. Nos defendemos o tempo todo para protegê-la.

Mas não é certo tentar gostar de si mesmo?
Está certo gostar de si mesmo. O problema começa quando as pessoas se perguntam por que elas devem gostar de si mesmas. Há duas formas de se responder a essa pergunta: "Eu gosto de mim mesma porque sou um ser humano, tenho valor e sentimentos e mereço atenção", e outra forma é dizer "Eu gosto de mim mesma porque sou melhor do que as outras pessoas". Na cultura ocidental, tendemos a escolher a segunda resposta.

Mas não dá para viver sem autoestima, certo?
No mundo animal, há uma hierarquia social que serve para manter a coesão do grupo. Todos aspiram pelo posto do macho alfa.
Queremos estar no topo e precisamos acreditar que temos as condições para isso. Portanto, o desejo por uma autoestima elevada é natural. Mas ela não é o único sistema natural. Os mamíferos têm a capacidade de transmitir e receber carinho. Nascemos imaturos e demoramos para nos desenvolver. O nosso corpo pede carinho e temos como resposta um aumento de ocitocina [hormônio ligado à sensação de bem-estar] e diminuição dos níveis de cortisol [hormônio liberado em situações de estresse]. Quando dirigimos esse conforto físico e psicológico a nós mesmos estamos praticando autocompaixão.

A autocompaixão é a alternativa que você propõe?
Sim. Se a autoestima implica você se julgar positivamente, a autocompaixão não envolve julgamento. Diz respeito a responder com carinho para si mesmo nos momentos de sofrimento. É como a compaixão: vejo que alguém está sofrendo e me esforço para ajudar a pessoa. Tanto a autocompaixão quanto a autoestima têm os mesmos benefícios, mas a primeira não tem os prejuízos da segunda. Se a autoestima te abandona, te ignora ou te critica quando algo ruim acontece, a autocompaixão te dá apoio quando você sofre, sente medo, é rejeitado ou falha.

Como dá para praticar essa autocompaixão?
Você tem que começar notando como trata a si mesmo. Muitas pessoas são tão autocríticas que nem notam. Fiz experimentos mandando as pessoas anotarem o que diziam a si mesmas em momentos em que enfrentavam problemas -uma calça que não servia, um trabalho que não dava certo... Elas tinham um choque quando viam o que haviam escrito. Percebiam o quanto estavam sendo duras. Muitos dizem que não conseguem ser compassivos consigo mesmos, mas eu digo que isso é possível: você tem feito isso a vida toda, com amigos, com parentes. Sabemos como fazer com os outros, precisamos fazer o mesmo conosco. Requer a chamada "mindfulness", a atenção plena ao próprio sofrimento.

O que a psicologia pode aprender com o budismo?
O budismo está transformando a psicologia, é como uma terceira via da psicologia. E a compaixão está no coração do budismo.
Significa ter um coração aberto para si e para os outros. O cristianismo ensina a ter compaixão pelos outros, mas não ensina nada sobre autocompaixão. No budismo, isso não faz sentido. Não é lógico separar você dos outros, todos fazemos parte de um mesmo sistema.

SELF-COMPASSION
AUTORA Kristin Neff
EDITORA Harper Collins
QUANTO US$ 14,19 (cerca de R$ 22), na Amazon.com (320 págs.)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fumo e ácool



08/08/2011

Fumo e álcool juntos causam maioria dos tumores de boca

O estudo mostrou que quem bebe ou fuma mais tem maior risco da doença



O maior estudo do gênero já feito na América Latina, com ênfase no Brasil, revelou que fumantes e bebedores regulares de álcool têm maiores riscos de câncer na boca, faringe, laringe e esôfago, como já se previa de acordo com dados de outros países.

O resultado mais impactante do estudo foi mostrar que o uso simultâneo de álcool e tabaco teve um efeito multiplicador: 65% dos 2.252 casos de câncer avaliados estavam entre bebedores que também fumavam.

Os 25% que beberam menos ao longo da vida (de 0,1 a 233,6 g de etanol por ano, sendo que uma lata de cerveja tem 14 g de etanol), tinham chance 2,26 vezes maior do que os abstêmios de ter câncer de esôfago.

Já os 25% que mais beberam (mais de 2 kg de etanol por ano ou 142 latinhas) aumentavam o risco de desenvolver o tumor em 9,26 vezes.

Dos bebedores de álcool, os que consumiam destilados tiveram um risco 12 vezes maior de câncer no esôfago.
Os dados também indicam que quem parar de fumar e beber reduz o risco de ter câncer nessas regiões.

A equipe de doze pesquisadores, dos quais seis brasileiros, foi coordenada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, com sede em Lyon, França.

Participaram pesquisadores de São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Dos 2.252 pacientes, 1.750 vieram do Brasil, 309 da Argentina e 193 de Cuba. O estudo foi publicado na revista "Cancer Causes Control".

"O câncer é resultado de um processo longo de agressão ao organismo, até que uma célula fique tumoral", diz Sergio Koifman, da Fiocruz (RJ), um dos autores.

Os pesquisadores descartaram outra causa possível de câncer no grupo estudado, o vírus HPV, pelo baixo nível de infecção presente.

Estudo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, com 26,1 mil pacientes, mostra que 11% dos pacientes de câncer ali atendidos dizem consumir bebidas alcoólicas em excesso.

Fonte: Folha Online