Artigo Científico
Causas de morte entre usuários de crack
Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria - RJ
Nos últimos 30 anos, os padrões de consumo de drogas se modificaram devido à disseminação do uso de heroína, do advento das drogas sintéticas e do uso de crack. A composição dos perfis de mortalidade relacionados ao uso de substâncias de abuso foram alteradas por essas mudanças, principalmente no que diz respeito ao crack.
O crack é um derivado da cocaína, em forma de pedra, cuja principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela sua queima. Seu uso vem crescendo em conseqüência do seu baixo custo e dos efeitos intensos - que duram, em média, cinco minutos - que a droga proporciona quase que instantaneamente após o uso. Em razão do perfil dos usuários, geralmente jovens e adultos jovens, os efeitos causados por ele, como comportamento violento e irritabilidade e a violência do tráfico, transformaram o crack em uma preocupante questão de saúde pública. Entre as principais causas de morte dos usuários dessa droga estão: overdose, suicídio, acidente, AIDS e homicídio.
Artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, em setembro de 2006, teve com o propósito de observar os padrões de mortalidade e a causa mortis entre 131 usuários de crack acompanhados durante um período de cinco anos.
A população de estudo foi constituída por 131 pacientes internados na unidade de desintoxicação do Hospital Geral de Taipas, na região nordeste de São Paulo. A maior parte da amostra foi composta por homens com idade inferior a 30 anos. A pesquisa ocorreu em duas etapas com um intervalo de quase dois anos entre a triagem e a coleta de dados. Na primeira, os pacientes foram triados entre 26 de maio de 1992 e 31 de dezembro de 1994. A coleta de dados – que ocorreu em duas fases em um período de cinco anos ,, de 1995 à 1996 e de 1998 à 1999 – deu-se por meio de entrevistas estruturadas com os usuários e seus familiares e pela análise dos prontuários dos pacientes.
Os resultados mostraram que a maior incidência de mortalidade entre os usuários de crack recaiu sobre as causas externas. Após cinco anos, 124 pacientes foram localizados, destes 17,6% haviam morrido, 13 por homicídios e quase um terço devido à infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), especialmente aqueles com antecedentes pessoais de uso de drogas injetáveis. Menos de 10% dos pacientes morreu de overdose.
Os pesquisadores concluíram que homicídios e AIDS são as causas de mortes mais freqüentes entre os usuários de crack. A determinação das relações causais entre morte e o uso da droga são extremamente importantes no desvelamento de intervenções efetivas; afirmam que tais interferências não devem ser centradas somente no indivíduo, mas também na comunidade, sendo organizadas e coordenadas dentro da mesma e com o respaldo de políticas públicas visando à promoção da saúde e a inclusão social.
Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 28(3): 196-202, set, 2006. Editada pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
O crack é um derivado da cocaína, em forma de pedra, cuja principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela sua queima. Seu uso vem crescendo em conseqüência do seu baixo custo e dos efeitos intensos - que duram, em média, cinco minutos - que a droga proporciona quase que instantaneamente após o uso. Em razão do perfil dos usuários, geralmente jovens e adultos jovens, os efeitos causados por ele, como comportamento violento e irritabilidade e a violência do tráfico, transformaram o crack em uma preocupante questão de saúde pública. Entre as principais causas de morte dos usuários dessa droga estão: overdose, suicídio, acidente, AIDS e homicídio.
Artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, em setembro de 2006, teve com o propósito de observar os padrões de mortalidade e a causa mortis entre 131 usuários de crack acompanhados durante um período de cinco anos.
A população de estudo foi constituída por 131 pacientes internados na unidade de desintoxicação do Hospital Geral de Taipas, na região nordeste de São Paulo. A maior parte da amostra foi composta por homens com idade inferior a 30 anos. A pesquisa ocorreu em duas etapas com um intervalo de quase dois anos entre a triagem e a coleta de dados. Na primeira, os pacientes foram triados entre 26 de maio de 1992 e 31 de dezembro de 1994. A coleta de dados – que ocorreu em duas fases em um período de cinco anos ,, de 1995 à 1996 e de 1998 à 1999 – deu-se por meio de entrevistas estruturadas com os usuários e seus familiares e pela análise dos prontuários dos pacientes.
Os resultados mostraram que a maior incidência de mortalidade entre os usuários de crack recaiu sobre as causas externas. Após cinco anos, 124 pacientes foram localizados, destes 17,6% haviam morrido, 13 por homicídios e quase um terço devido à infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), especialmente aqueles com antecedentes pessoais de uso de drogas injetáveis. Menos de 10% dos pacientes morreu de overdose.
Os pesquisadores concluíram que homicídios e AIDS são as causas de mortes mais freqüentes entre os usuários de crack. A determinação das relações causais entre morte e o uso da droga são extremamente importantes no desvelamento de intervenções efetivas; afirmam que tais interferências não devem ser centradas somente no indivíduo, mas também na comunidade, sendo organizadas e coordenadas dentro da mesma e com o respaldo de políticas públicas visando à promoção da saúde e a inclusão social.
Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 28(3): 196-202, set, 2006. Editada pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
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